O que são e como funcionam as empresas de análise de investimentos, conhecidas como “Casas de Análise”?

O mercado financeiro é um dos principais segmentos da economia e há uma larga variedade de empresas nesse setor, com atuação em diferentes ramos, cada qual com seu propósito. Para quem se interessa por finanças, ou para quem deseja atuar na área, é importante conhecer o que fazem as diferentes empresas do setor.

Uma das atividades que cresceu bastante nos últimos anos foi a análise independente de investimentos. Mas o que é isso?

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Todo investidor, resumidamente, possui dois caminhos após decidir realizar algum investimento precisa escolher como e no que investir. A partir de então, diversos caminhos podem ser tomados: buscar recomendações no banco de sua preferência, abrir conta em uma corretora, escolher um fundo de investimentos, contratar um consultor de investimentos, enfim. Para apoiar o investidor em suas escolhas, existe uma opção mais recente que é acompanhar relatórios de indicações de investimento, feitos por analistas independentes de empresas chamadas, no jargão financeiro, de “casas de research” ou “casas de análise”.

 

Fala-se em analistas independentes, pois as casas de análise não estão subordinadas (em teoria) a nenhum banco, corretora ou administradores de fundos, portanto, realizam suas análises com uma certa autonomia e imparcialidade, visando somente o interesse final do investidor, que é escolher o melhor ativo possível, dado o seu contexto e suas necessidades. Algumas das casas de análise mais conhecidas são Suno, Empiricus, Nord, Levante, Eleven, entre outras.

 

Afinal, que tipo de investimentos são o escopo dessas casas de análise? Basicamente, todos os tipos e modalidades. Alguns exemplos são:

 

  • Títulos de renda fixa de instituições financeiras
  • Debêntures
  • Títulos Públicos
  • Ações
  • Fundos Imobiliários
  • Fundos de Investimento
  • Investimentos no Exterior
  • ETFs
  • Criptomoedas

Enfim, é possível conhecer e ter acesso à diferentes análises de diferentes ativos, bem como recomendações de como se posicionar no mercado, tendências econômicas, notícias do mercado, cursos, etc. De fato, existe bastante conteúdo de qualidade produzido e distribuído por essas empresas, que foram uma espécie de “divisor de águas” ao trazer uma visão mais independente sobre investimentos.

 

Um ponto de atenção é que as maiores casas de análise já venderam parte de seu capital para alguns dos principais bancos de investimento, fato que torna uma zona cinzenta a questão da autonomia e total independência nas recomendações. Além disso, uma importante limitação de uma casa de análise é o fato de não poder dar recomendações personalizadas, ou seja, a informação precisa ser padronizada e igual para todos que possuem acesso aos relatórios de recomendação. Essas e outras regras são aplicadas pela CVM, que regula a atividade de análise e recomendação de ativos. Todos analistas que produzem os relatórios e recomendações devem ser autorizados pela CVM.

 

Para quem é indicado e para quem não é indicado contratar serviços de uma casa de análise?

 

De modo geral, qualquer investidor, de qualquer porte, deve ser incentivado a consumir mais conteúdo de qualidade sobre investimentos, então não há restrição nesse sentido. A ressalva é que, como já relatado, não há personalização no serviço de recomendação de investimentos, cabendo ao investidor checar se os investimentos recomendados fazem sentido para seus objetivos e perfil de investimentos.

 

Sendo assim, me parece que para os investidores que não dispõe de muito tempo a dedicar para ler relatórios e fazer a escolha dos ativos que irão compor a sua carteira, o melhor caminho ainda seria simplificar ou terceirizar a gestão de seus investimentos investindo em fundos, investimentos mais simples como os de renda fixa, ou contratando um consultor especializado.

 

Ademais, cabe ratificar a importância do trabalho das casas de análise para ajudar no amadurecimento do mercado de capitais e disseminação de informação de qualidade aos investidores de todos os níveis, reverberando também em uma maior educação financeira à sociedade.

 

Prof. Roberto Cazzetta, CFP®, CEA

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